Babilônia
A antiga cidade, ou a primeira civilização da história humana designada por tal nome, não ficou soterrada no passado, jazendo hoje em dia tão-somente em escombros ou em relatos de arqueólogos. Bem ao contrário disso, Babilônia se repete ao longo das eras. É protótipo permanente de civilização que se rebela contra Deus. É o equivalente de idolatria, orgulho, despotismo, malvadez, confusão, luxúria e prostituição. O apóstolo João a retratou no Apocalipse como a mãe das meretrizes, associando-a à Roma do seu tempo — a Roma das monstruosidades, da sede de sangue de inocentes, das depravações e vícios sexuais (pedofilia, pederastia, pornografia, homossexualismo, lesbianismo).
Decididamente, Babilônia sobrevive e inspira multidões em nosso século 21. Observemos como, cada vez mais, ela conquista e coloniza vastas porções de nossa civilização; como, cada vez mais, constitui força invasora e colonizadora de corações e mentes. E tal é facilitado graças ao fato de contar com prodigioso aliado que são os impérios midiáticos da atualidade. Sendo esse o caso — penso em termos de Brasil — a televisão, tal qual vai com seus big-brothers e novelas (tudo a ver com Babilônia), vem a ser exemplo frisante desse tipo de aliado. Porque, ou muito me engano, ou a tirania e escravidão à fascinação do mal que atingem milhões de brasileiros, milhões e milhões de olhos colados às telas no tempo-espaço das oito da noite, representam, de fato, verdadeira conquista da velha Babilônia.
Nosso infeliz povo foi surpreendido, em 2015 [de março a agosto], com a trama — isso mesmo — Babilônia, novela que, decerto, fez a delícia das multidões de aficionados. O nome da “dita cuja” foi adotado, segundo informe da emissora, por alusão ao Morro Babilônia, região do Rio de Janeiro onde cenas teriam sido tomadas. De nossa parte, porém, garantimos que a inspiração profunda e essencial da novela adveio mesmo é da Babilônia, da terrível, da imoral, da vil e despudorada cidade que a Palavra de Deus chama de “mãe das meretrizes”. Senão, por que novela com conteúdo tão repleto de brigas, de traições amorosas, de vinganças, assassinato, ciúmes, abortos, gravidez ilegal e esquemas de corrupção? Por que personagens gays? A resposta quanto à fonte inspiradora evidencia-se no próprio núcleo central da trama — a relação homoafetiva das duas protagonistas idosas.
E no tocante ao cristão ante à Babilônia? A repulsa deste provocada pelas declarações, abraços e beijos trocados entre as duas idosas será bastante compreensível. Sua não inclusão entre os telespectadores da novela sinalizaria atitude estética louvável. Mas tudo isso é muito pouco. A indignação, a denúncia e o combate do cristão valem muito nesta hora.
Nilberto de Matos Amorim
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